Mesmo sob o risco de financiar
o uso de drogas, muitos doam dinheiro a quem vive em situação de rua
Por Marcos Cruz
Um
estudo divulgado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social
(IDIS), em 2019, revelou que 31% dos brasileiros, independentes de estarem
ligados a qualquer instituição, doam dinheiro a pedintes de rua. A pesquisa
constatou que entre dez pessoas, três fazem doações nestas condições.
Em
São Paulo (SP), cerca de 20 mil pessoas vivem em situação de rua. Muitos estão
nestas condições por causa das decepções que passaram em algum momento da vida.
A perda de um ente querido, o desemprego, desentendimento familiar, depressão e
as drogas constituem-se fatores determinantes para que a pessoa passe a viver
na rua.
Normalmente,
essas pessoas vivem da ajuda que recebem das instituições ou de estranhos, que
passam por elas e atendem a seus pedidos, ou daqueles que, voluntariamente,
doam dinheiro, alimento e roupas.
Desse
modo sobrevive o morador de rua, que vive na região da Praça da República há
dez anos e se identifica como ‘Babaloo’ 42. “Às vezes eu peço e a pessoa não
tem pra me dar. Mas, depois, ela volta e me ajuda com dinheiro ou algo pra eu
comer.”, diz. E acrescenta ”quando não consigo nada dessa forma, espero as
sobras que o restaurante joga fora, quando encerra o expediente, escolho e como”,
afirma o morador de rua.
Os
principais motivos que mobilizam os doadores voluntários são: crianças, em
primeiro lugar com 33%, seguidos pelos idosos com 18%, saúde com 17% e a educação
7%.
A
costureira, Maria da Paz, 66, tem o habito de fazer doações, em dinheiro, a
desconhecidos que vivem em situação de rua, na capital do estado. “Todo dia eu
faço uma doação. Eu separo um ‘dinheirinho’, coloco na bolsa e saio para doar.
Na rua onde eu moro, se uma pessoa estiver precisando de ajuda, tipo, aplicar
um remédio, eu faço.”, conta. E acrescenta, “eu tenho uma casa para morar e o
que comer, mas eles [ moradores de rua] não têm! Muitas vezes não comem nada
durante o dia todo. Preciso fazer alguma coisa por alguém”, acredita.
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