Segundo
dados do Ministério da Saúde, testes para o novo coronavírus sofreram uma queda
pelo segundo mês consecutivo
Livia
Alves
O
teste do tipo RT-PCR tem como objetivo identificar pacientes com infecção
recente, de modo que facilite rastrear e iniciar as medidas necessárias como o
isolamento do paciente para tratar da doença. E para iniciar o isolamento de
pessoas que entraram em contato com a pessoa infectada, limitando assim a
propagação da doença.
Essa
diminuição, registrada em outubro deste ano, tem preocupado especialistas que
afirmam que o País se encontra em momento delicado em que os testes deveriam
ser aumentados, levando em consideração a descoberta de que o vírus se espalha
pelo contato nos primeiros dias de sintomas.
De
acordo com o enfermeiro Patrick
Zipperer Janckowski, a diminuição dos testes atrapalha a busca por soluções
adequadas para controlar o contágio, “Com a quantidade de teste diminuindo, não
podemos fazer um controle epidemiológico adequado, ou seja, não conseguimos ter
um controle real dos casos ativos e traçar estratégias para o controle da pandemia.”,
afirma Janckowiski.
O biomédico Henrique Trindade observa outro fator de
risco quanto a redução de testes tipo RT-PCR: as pessoas assintomáticas. “O
vírus possui uma considerável taxa de casos assintomáticos, ou seja, há a
presença de vírus no corpo, porém não há presença de sintomas clínicos
aparentes. Ainda assim, essa pessoa pode transmitir ele (o vírus) através dos
fluídos. (...) O método RT-PCR é um teste molecular que usa desses dados para
identificar o RNA (Ácido Ribonucleico) do vírus nas células do indivíduo
através da coleta de SWAB (aquele cotonete que usam pra fazer coleta no fundo
do nariz) da região nasofaringe, ou seja, onde o vírus costuma estar presente
em maior quantidade em nós humanos.”, comenta Trindade.
Apesar
de poderem usar dos sintomas para rastrear o contágio, o teste facilita o
processo e diminui a margem de erro. Segundo o Biólogo Vinicius Rodrigues de
Lima, a cidade de São Paulo tem se tornado um alvo de preocupação, “São Paulo
não apenas é a maior e mais populosa cidade do país, como também é o principal
epicentro. As medidas tomadas no início da pandemia não evitaram o montante de
dezenas de milhares de mortos pela Covid, quase 50 mil nesse momento, mas
evitaram o colapso do sistema de saúde no Estado, e isso com toda certeza
evitou um número muito maior de mortos até agora. O problema é que com uma
doença tão rápida, os cientistas e profissionais da saúde precisam ser tão
rápidos quanto para o combate eficiente. (...) Na prática, a falta desses dados
enfraquece todo o estudo estatístico em cima de como a cidade está reagindo a
infecção, quais os caminhos que o poder público deve tomar para frear a
contaminação, o que fecha e o que abre, como abre, quais medidas tomamos”,
afirma Lima.
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