Em função da Covid-19, público masculino tem deixado de fazer consultas regulares ou tratamento médico, o que pode ter impacto no diagnóstico de câncer de próstata
Monique
Soares,
Uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de
Urologia (SBU), em outubro deste ano, mostrou que 55% dos homens acima dos 40 anos deixaram de fazer alguma
consulta ou tratamento médico por conta da pandemia da Covid-19. Esse dado pode
ter impacto, por exemplo, no diagnóstico de câncer de próstata, que é o tumor mais
frequente entre a população masculina.
Ainda de acordo com os
dados da SBU, 57% desse grupo acima dos 40 anos afirmaram ter percebido um
impacto negativo na saúde neste período de pandemia, enquanto 9% consideraram que
a saúde estaria pior do que antes.
O Instituto Nacional do
Câncer (INCA) estima que 65.840 novos casos de câncer de próstata surjam em
2020 no Brasil, com 15.576 mortes relacionadas. “O homem historicamente já não é muito afeito a
fazer exames de rotina. Ele já tem uma dificuldade, que tem melhorado ao longo
dos anos. Mas ele ainda é bem mais resistente do que as mulheres. Então, se a
gente somar isso, que já acontece de maneira rotineira, com o fato de que a
pandemia inibiu mais ainda os homens de ir ao médico, temos um problema grande
para resolver nos próximos meses”, afirma o médico urologista Dr. Luis Cláudio
Heitzmann.
Segundo o urologista, a realização dos exames de rotina para diagnóstico
de câncer de próstata é extremamente importante para que a doença seja
descoberta ainda em fases iniciais, o que pode aumentar as chances de cura. “Quando você faz um diagnóstico precoce, você pode também
fazer um tratamento precoce. E as chances de cura são muito altas. O câncer de
próstata tem uma característica que, na maior parte das vezes, ele é um câncer
de crescimento lento. Então se a gente consegue pegar ele nas fases iniciais, e
empregando o tratamento correto, conseguimos praticamente curar a pessoa”, afirma
Heitzmann.
Em relação aos sintomas, o urologista explica que o tumor da próstata
não costuma apresentar sinais quando está em estágio inicial. “O câncer de próstata, em geral, nas fases iniciais, ele é
silencioso. Por isso a gente pede para o paciente ir rotineiramente ao
urologista, uma vez ao ano, independentemente de sintomas. (...) Quando o
paciente tem sintomas e descobre que é o câncer de próstata que está causando
esses sintomas, normalmente é quando a doença já está no estágio mais avançado”,
explica.
Heitzmann também alerta sobre os
hábitos que podem ajudar a prevenir o câncer de próstata. “Alimentação
saudável, evitar a obesidade e combater o sedentarismo - é importante manter
práticas de atividade física regulares, porque isso vai ter impacto na evolução
do câncer de próstata. Evitar vícios, como álcool e fumo, que podem atrapalhar
e aumentar os riscos de câncer de próstata”, explica o urologista. “Prestar a
atenção nos fatores que a pessoa já pode ter com relação a ser negro, porque
quem é negro tem uma predisposição maior a desenvolver o câncer de próstata. E
aqueles homens que tem familiares de primeiro 1º grau com o câncer de próstata
na família, como pai, tio e irmão”, alerta o médico.
Para conscientizar
sobre a campanha do Novembro Azul, a Universidade Santo Amaro (UNISA) realizará
palestras e ações sociais como forma de alertar a sociedade sobre a importância
da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. Dentre as
atividades que a Universidade promoverá, estão:
- Ciclo de palestras online;
- Distribuição de folders aos pacientes na UBS Jordanópolis, em São Paulo;
- Postagens no Instagram Stories (@unisaoficial);
- Distribuição de fitas azuis para os colaboradores da Instituição;
- Participação dos professores e coordenadores, com a disponibilização de slides alusivos à causa da campanha.
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