É nítido o crescimento dos limites de acesso a
conteúdos jornalísticos na web. Sites de jornais como a Folha de S. Paulo, O
Estado de S. Paulo, O Globo entre outros de grande audiência no meio, têm caminhado
nessa direção: é alternativa para lucrarem no ambiente digital.
Proibida
a entrada de “não assinantes”
Um dos modelos mais recorrentes é o chamado paywall, ou muro de pagamento poroso,
que funciona da seguinte forma: disponibiliza-se apenas um pequeno acervo de
conteúdo como espécie de degustação para os navegadores. A partir de um número
determinado de reportagens, o acesso é bloqueado e, para continuar a navegação,
é preciso ser ou se tornar assinante da marca.
Isso, ao que nos parece, distancia-se do que
chamamos no jornalismo da era hipermidiática, que nada tem entre suas premissas
o texto infinito hipertextual e a manutenção do leitor no site por muito tempo,
levando-o de notícia a notícia. Ocorre o contrário quando o conteúdo é bloqueado:
os internautas vão fazer a mesma busca em outros sites e encontrarão de forma
gratuita e desbloqueada em sites alternativos, porém, sem tanta credibilidade
e, às vezes, não assinado por nenhum jornalista ou fonte.
Para
cobrar é preciso ter credibilidade
De todo modo, os portais que adotaram essa
postura de cobrar o conteúdo online não estão se prejudicando, pelo contrário.
Devido à credibilidade alcançada durante anos de apuração e informação, o
público prefere pagar e ter maior confiança na notícia, do que ter fácil acesso
em outros portais que não tem tanto crédito assim.
As assinaturas na web ocorrem, principalmente,
porque as propagandas publicitárias no jornalismo digital não dão tanto lucro,
se comparadas a outras plataformas, como o impresso. Como tudo, em todas as
áreas, o capital financeiro é de extrema importância nas estruturas
organizacionais. A regra é simples e direta: se não tem capital, não tem
redação.
No modelo paywall
da Folha, para quem não é assinante, são disponibilizadas 10 reportagens por
mês, após isso, o conteúdo é bloqueado. Para quem é cadastrado, o acesso
é de 20 reportagens por mês, sendo bloqueado a partir disso. Para os assinantes
existem planos mensais, semestrais e anuais.
Crédito: Reprodução |
Será
que essa moda pega?
O grande exemplo de que esse método pode dar certo é o “The New York Times” que, tem conteúdo pago, mas complementa
e garante sua renda com as publicidades espalhadas na tela. Além disso, o
jornal é o de maior credibilidade nos Estados Unidos. O modelo publicitário
online ainda está se consolidando no Brasil, as publicidades na plataforma
digital ainda são pouco atrativas, diferentemente da publicidade que é feita no
mercado americano.
É necessário encontrar um ponto de equilíbrio. Os sites que veicularem
notícias “hard news” ou cotidianas, que geralmente são dadas em vários
veículos, não deveriam bloquear, e consequentemente, cobrar esse conteúdo. Em
outras palavras, os portais deveriam apostar mais na cobrança de conteúdos
exclusivos, matérias especiais, grandes reportagens etc. Assim, não teria a possibilidade
do assinante encontrar a mesma notícia, com a mesma fonte em outros portais,
sendo eles, verticais ou horizontais.
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