segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Segundo maior teatro de São Paulo permanece fechado



Teatro Paulo Eiró passou por reforma de R$ 14 milhões e volta a fechar a menos de um ano da reinauguração após pane elétrica. 

O Teatro Paulo Eiró, localizado na região de Santo Amaro, Zona Sul da capital Paulista, voltou a fechar as portas, desde do dia 29 de julho de 2016, desta vez por problemas elétricos recorrentes. Um aviso afixado na entrada principal da casa de espetáculos, alerta aos visitantes o motivo do fechamento: "após sucessivas quedas de energia na cabine de força as atividades foram suspensas durante o mês de junho".



Até a presente data o teatro, o segundo maior da cidade, continua com as suas portas fechadas e com as suas programações suspensas. No site oficial, a legenda “em reforma” aparece em um local de pouca visibilidade e sem maiores detalhes para o público da casa.

        “A planta da estrutura elétrica deve ser um dos pontos principais de uma construção. Em uma construção tão antiga deveriam ter tomado cuidados muito maiores, a ponto, se não fizeram, de trocar toda a fiação e os quadros de distribuição [...]   Acredito que se houve um problema, como uma pane elétrica, que é tão simples de ser resolvido, com certeza podem haver outros  problemas ainda não encontrados”.– Afirma o engenheiro elétrico Jurandir Sá.

O espaço passou por uma reforma que durou quatro anos e custou mais de R$ 14 milhões de reais aos cofres públicos, e, aparentemente, essa “nova reforma” ainda não tem um prazo definido para a sua conclusão.

Em nota oficial, a Secretaria Municipal de Cultura afirmou que o problema atinge a rede do transformador interno do teatro. O equipamento fica no subsolo do prédio, que é tombado, e por isto, qualquer reparo demanda cuidados especiais. Segundo a secretaria, uma licitação será aberta e, após o serviço enfim começar, deve demorar cerca de 40 dias para ser concluído. Até o momento do fechamento desta edição o espaço continuava com as portas fechadas.

O Teatro Paulo Eiró é o segundo maior da cidade de São Paulo, ficando atrás apenas do Theatro Municipal, localizado no Centro da cidade. Ele foi aberto ao público em 1957. O prédio, de linhas modernistas, foi projetado pelo arquiteto Roberto Tibau, que também projetou o Planetário do Parque Ibirapuera. Paulo Eiró, que dá nome à casa, foi um poeta e dramaturgo nascido em Santo Amaro quando o bairro ainda era um município independente da capital paulista.


       “Teatro não é mais como antes que as pessoas se embelezavam, se arrumavam, para sair. Hoje elas vão por curiosidade, por oportunidade. O teatro é também uma forma de passar conhecimento de geração para geração. Então o teatro é muito importante para uma sociedade! [...] o teatro Paulo Eiró pode ser considerado como um símbolo da região sul e é muito triste saber que ele está fechado! ”. Afirma o diretor e professor de teatro Wellington Dias.


O teatro tem capacidade para 296 lugares no pavimento térreo e mais 164 assentos no balcão superior, e ainda mais dez para cadeirantes e mais seis lugares para obesos. Totalizando 476 lugares. Até o momento do fechamento desta edição, o espaço continuava com as suas portas fechadas, sem qualquer informação ao público sobre o retorno das atividades. A nossa redação não conseguiu contato a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, SIUR, responsável pela gestão do teatro.

*São alunos do 8º semestre de Jornalismo da Unisa- Universidade Santo Amaro

Por: Alunos do 8º semestre de Jornalismo
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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Pokémon Go é febre e comércio agradece.


Comerciantes de Santo Amaro aproveitam jogo novo para faturar com smartphones.


   Definitivamente, Pokémon Go é um fenômeno mundial. Os números assustadores conseguidos pelo jogo da Niantic mostram a mistura de boa publicidade prévia, uma marca consolidada e um número absurdo de fãs e smartphones espalhados pelo mundo. Com isso, o game atingiu a marca de 100 milhões de downloads em um mês.

   Mas não foi só isso. O hype criado e o sucesso inicial do game conseguiu impacto até nas ações da Nintendo, dona da marca Pokémon, na bolsa, que tiveram aumento de 120%. Já numa escala menor, as vendas de produtos relacionados a marca tiveram alta graças ao jogo. Para aproveitar o desejo dos fãs, foram criados diversos produtos como camisetas das equipes do game, capas de celular, bonés, isso além dos produtos tradicionais da marca. Além disso, a venda dos jogos também alavancou a venda de power banks, os carregadores portáteis de celular, que viraram carro chefe de muitas lojas de eletrônicos. 

   O vendedor Jefferson Silva, que é dono de uma loja no shopping Largo Treze, em Santo Amaro, ficou muito satisfeito com as vendas após o lançamento do game no Brasil, mesmo notando queda após um tempo:


Cartaz em loja do shopping Largo Treze mostra a importância do game para as vendas de produtos como bateria extra.

   Mesmo com a queda, o game continua produzindo um mercado consumidor bem ativo. Nossa reportagem entrevistou Sergio Nesteriuk, mestre em comunicação com especialização em games da Anhembi Morumbi, que comentou sobre a monetização desses jogos: 

   “Diferentes formas de monetização são pensadas como uma das estratégias do plano de negócios da maioria dos games. Por um lado é válido que os desenvolvedores que ofereçam jogos gratuitos ou muito baratos tenham formas de poder ter alguma receita com seu trabalho por meio das chamadas microtransações. 

   Da mesma forma, jogadores que quiserem gastar uma verba adicional com um jogo também podem ter esta opção - tal como acontece com os demais produtos e bens de consumo: você pode viajar na classe econômica ou na executiva, comprar uma edição especial de um livro ou uma versão pocket, etc. Por outro lado, há pessoas, como a Heather Chaplin, que defende a ideia que muitos jogos contam com a consultoria de profissionais ligados à indústria do cassino, que conhecem os meios para "arrancar" o dinheiro do jogador, mesmo ele sabendo que "a casa sempre ganha". 

   Neste sentido, a coisa fica mais séria quando se estabelece uma relação de jogo patológico, isto é, quando o jogo passa efetivamente a interferir na vida daquele sujeito fora do universo do jogo.” Esse mercado crescente pode ser visto como oportunidade para outras empresas que queiram investir em jogos para smartphones com uso de tecnologias como realidade virtua, por exemplo. Nesteriuk avalia que as grandes empresas de jogos estão tateando os resultados do jogo da Niantic: 

   “Pela repercussão que teve, acredito que ele servirá como a primeira grande referência deste tipo de game. É provável que outras empresas esperem um pouco para poder avaliar melhor este fenômeno antes de pensarem ou apresentarem novas propostas nesta linha.” 

   E é bom mesmo as empresas observarem, pois a Niantic possui diversos planos para Pokémon Go. No futuro, a empresa prevê a inclusão de mudanças gradativas para que o jogo fique mais atrativo, como trocas, novos mecanismos e pokémons. Hoje, a Niantic já lançou o Pokémon Go Plus, com um tipo de acessório de braço, como um relógio que serve como complemento para o game, com alertas, por exemplo. Apesar de todo esse crescimento, Nesteriuk não acredita que os games tomarão totalmente o lugar de outros produtos culturais: 

   “Não acredito. Os games hoje representam a maior indústria do entretenimento - maior que a música e o cinema juntos. Além disso, cerca de 30% da população mundial é jogadora (gamer), com projeções de crescimento considerando o envelhecimento das novas gerações e a ampliação da inclusão digital para novos mercados. O surgimento e a consolidação de um novo produto cultural não faz desaparecer os antigos. O que ocorre é a maior segmentação: onde antes havia, por exemplo, apenas a opção do livro, hoje há televisão, rádio, internet, games, etc. Com isso, claro, que o "bolo" tende a ficar mais dividido, assim como uma das fatias tende a se tornar maior. A história recente das mídias no século XX já nos mostra isso. Assim, acredito que temos duas tendências que se manifestam mais fortemente hoje: 1) uma segmentação maior, não apenas em termos de produtos culturais, mas também de (sub)gêneros - mesmo nos games, há perfis muito distintos de jogadores, assim como há de ouvintes, leitores e espectadores. 2) convergência das mídias e transmídia: facilitadas pelas tecnologias digitais de comunicação - neste caso trabalhando uma mesma narrativa e conteúdos de maneira integrada em múltiplas plataformas.”

Espécie de relógio de Pokémon Go é principal acessório lançado até agora pela Niantic como complemento do jogo. (créditos: Niantic)

    Apesar da força do jogo, ainda não se pode saber qual será o futuro de Pokémon Go. Mas sabemos que virão outros jogos parecidos e, com eles, uma grande movimentação comercial, aquecendo a economia desde os grandes conglomerados da indústria dos jogos até os pequenos comerciantes de bairros como Santo Amaro.


*São Alunos do 8º semestre de Jornalismo da Universidade Santo Amaro - Unisa.
Por Ana Carolina Araújo, Lívia Gomes, Ricardo Almeida e Ronaro Costa


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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

A INVASÃO POKÉMON AOS CEMITÉRIOS



O tão esperado Pokémon Go, jogo eletrônico de realidade aumentada, tem levado jogadores a lugares inusitados.

Medo. Um sentimento comum em todos nós. Seja ele de altura, de animais, do escuro e de fantasmas. Se tratando deste último, há pessoas que ficam receosas até mesmo de jogar algum jogo de vídeo game que envolva fantasmas, como Fatal Frame, ou qualquer um do gênero de terror, como Resident Evil. Quem nunca teve medo de "enfrentar" zumbis de noite ou de madrugada?

No entanto, um jogo foi capaz de acabar com esses remorsos e induzir algumas pessoas a irem jogá-lo nos lugares mais inusitados, como por exemplo, em um cemitério. Trata-se de Pokémon Go, que de terror não tem nada. O jogo de realidade aumentada, tem feito com que alguns usuários visitem durante o dia o cemitério do Campo Grande, em Santo Amaro, zona Sul de São Paulo, inclusive ao redor no período da noite, coisa que sentíamos medo de fazer há alguns anos com um simples personagem fictício em um jogo de primeira pessoa.

Assim como no desenho, o objetivo do jogo é capturar os Pokémons que aparecem pelo caminho para que assim o jogador possa subir de nível. Quanto maior o nível e habilidade, melhor é o jogador, que consegue inclusive duelar nos ginásios espalhados pelas ruas. O apego pelo desenho, pelos diversos tipos de pokémons e a vontade de se tornar um mestre pokémon, assim como os personagens, fez com que o jogo atraísse pessoas de várias idades. 

O jogador Gabriel Silva, de apenas 11 anos contou que assistia aos desenhos pelo YouTube e que começou a jogar para realizar o sonho de um dia ser caçador e completa: “Meu irmão mais velho me contava dos desenhos que era legal da época dele, assisti Pokémon e gostei, queria ser eles. Eu tenho um pouco de medo, mas sempre fico com bastante pokebola e sempre aparece Pokémon novo, então eu preciso ir” afirmou Gabriel.

De acordo com os jogadores de Pokémon Go, os cemitérios costumam ser bons lugares para “caçar” e para conseguir as famosas pokebolas, pois o lugar é cheio do que chamam de pokestops, que funcionam como uma loja para os jogadores. Para Henrique Pelosi, 24, a ideia de jogar nos cemitérios surgiu a partir do momento que os criadores colocaram bons pokemons lá dentro e não há problema algum quanto a isso: “Antes entrava no cemitério para visitar meus familiares e permanecia ali por algum tempo rezando. Agora, além disso, ainda faço uma caminhada por lá para caçar”.

   O jogador Rodrigo Leme, de 24 anos, conta a opinião da família em relação ao jogo: “Minha família acha que estou ficando meio doido por sair à noite para caçar, mas eles nunca irão entender que foi algo da nossa infância”.
             
          Para a psicóloga, Maria Aparecida, o jogo também traz um objetivo saudável. “Tenho mais de 50 (anos) e jogo Pokémon para fazer caminhadas. Ando 5 km sem nem perceber. O que antes era apenas objetivo saudável agora é pura diversão” declarou à psicóloga.
            
                José Reyberg, da administração do cemitério do Campo Grande, informou que sempre soube das visitas por consequência do jogo e que nunca receberam nenhuma reclamação que estivesse relacionada à presença dos jogadores. Não há ocorrências de vandalismos nem furtos. Para Reyberg, a única coisa que atrapalhava a rotina do local era o fato de precisar expulsar os jogadores, que muitas vezes insistiam em exceder o horário permitido.

*Alunos do 8º semestre de Jornalismo da Universidade de Santo Amaro - Unisa.
Por: Gabriela Cunha, Julia Gomes, Laner Siqueira, Karen Fraga e Suellen Marinho. 


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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Violência cai, mas insegurança continua alta na região de Santo Amaro


Diminuição da violência na região de Santo Amaro não reflete na rotina das pessoas

   Santo Amaro é uma região demasiadamente movimentada. O fato de ter três instituições de ensino superior, grandes empresas, terminal de ônibus, estações de trem e metrô e grandes lojas do atacado e varejo concentra um fluxo grande de pessoas. Sobre tudo, estudantes, trabalhadores e consumidores. Todos os dias a região é tomada por pessoas comprando coisas, recebendo mercadorias e essas são práticas que envolvem dinheiro. Tanto em espécie quanto em produtos.

   Por esses fatos, a região de Santo Amaro acaba sendo uma área muito visada por ladrões. Segundo o ranking de criminalidade do Estadão é o 26º bairro mais assaltado do Estado de São Paulo. Só no período de janeiro a agosto deste ano foram 1.836 ocorrências registradas no 11º departamento de polícia de Santo Amaro.

   É verdade que esse número de ocorrências diminuiu em comparação ao ano de 2015, onde foram registradas 2.213 ocorrências. Porém, as pessoas ainda não se sentem totalmente seguras e não confiam plenamente no policiamento oferecido na região. É o caso da Cristina Oliveira, que cuida da doceria da família na região. 


*Washington e Bruna são alunos do 8º semestre de Jornalismo da Unisa- Universidade de Santo Amaro.
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