quarta-feira, 29 de abril de 2020

Falta de saneamento ainda é uma realidade em São Paulo



Mesmo com constantes crises na saúde, saneamento básico permanece fora da lista de prioridades dos órgãos públicos



Por: Livia Alves


Quase metade da população brasileira não tem coleta de esgoto, afirma o Instituto Trata Brasil. E essa ausência dificulta a prevenção dos brasileiros contra doenças.

Em abril de 2009, o vírus Influenza H1N1 contabilizou 493 mil casos confirmados e 18,6 mil mortes de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Tudo isso durante 16 meses de epidemia.

Nesse período, as instruções da lavagem correta das mãos e cuidados foram semelhantes aos da recente crise do coronavírus. O risco de contágio, sem a higienização correta, é bem maior.

De acordo com uma publicação de 2012 do Ministério da Saúde, o simples ato de lavar as mãos corretamente ajudaria o Brasil a economizar anualmente US$ 12 bilhões, que é o valor gasto com doenças causadas por vírus e bactérias. Esse custo alto vem de uma série de fatores anteriores, entre eles a falta de saneamento básico. Só no Estado de São Paulo, em 2019, cerca de 4,6 milhões de pessoas não tinham acesso ao sistema de esgoto, afirma o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

Mas como as pessoas vão lavar as mãos se não tem onde lavar? pesquisa do SNIS, em 2017, diz que apenas 46% dos esgotos tratado. Além disso, aproximadamente 35 milhões de brasileiros não tinham acesso a água tratada, o que limita a possibilidade de higienização constante.

Em pesquisa divulgada pelo Instituto Trata Brasil, em 2019, o Estado de São Paulo, um dos maiores polos econômicos do país, tem 5 das cidades com o melhor tratamento de água e esgoto entre as 100 maiores do Brasil, em contrapartida, a região metropolitana se destaca negativamente entre as últimas no ranking. Guarulhos, segunda maior cidade do estado, trata apenas 4% do esgoto enquanto despeja os outros 96% no Rio Tietê. No mesmo ano dos dados divulgados pelo instituto, o orçamento do Governo Federal previu queda de 21% nos gastos em saneamento para o ano de 2020.

As famílias, que não têm acesso a água tratada, mesmo respeitando o isolamento social preventivo contra a contaminação do Covid-19, estão vulneráveis a contaminação por outros agentes infecciosos.

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terça-feira, 28 de abril de 2020

LAVAR AS MÃOS VAI ALÉM DA PANDEMIA



A higienização correta ajuda a combater a proliferação de diversas doenças comuns, e não apenas a Covid-19

Por  Livia Alves 

Devido à crise do novo coronavírus, todos os órgãos públicos, sobretudo o Sistema Único de Saúde (SUS), têm se empenhado em levantar a campanha de higienização com a lavagem correta das mãos e o uso do álcool em gel ao circular em locais públicos como ônibus, trens e metrôs. Porém, esse tipo de cuidado não deve ser levado em conta apenas em época de pandemia.  

A lavagem das mãos no dia a dia é crucial para o bem-estar e saúde do corpo e evitar contágio por bactérias, vírus e parasitas. De acordo com a técnica de enfermagem, Larissa Pachioni, existem diversas doenças que podem ser evitadas com a prática de lavar as mãos e o uso de álcool em gel.

“É importante lavar as mãos para evitar outras transmissões de doenças, obviamente menos graves que o coronavírus, mas ainda assim problemáticas como resfriados, hepatite A, rotavírus, gripe, escabiose, conjuntivite, bronquiolite, salmonela entre outras. Muitas doenças são normalmente causadas por vírus, bactérias e fungos disseminados por contato direto e indireto, por isso a lavagem das mãos é necessária e eficaz”, resume.

A técnica de enfermagem reforça ainda a necessidade de atenção quanto a limpeza. “Não é simplesmente passar o sabão e esfregar uma mão na outra, é necessário a lavar os vasos dos dedos e das unhas.”, afirma Larissa.

De acordo com o biomédico Henrique Trindade, basicamente todos os microrganismos podem ser evitados lavando as mãos. “A estrutura das bactérias, vírus e parasitas consistem em uma camada, a pele deles, da qual estrutura molecular é desfeita pelo sabão, detergente e afins”, explica.  

Cabe lembrar que a contaminação pode vir de diversas formas como o contato com objetos que fora compartilhado com o portador do agente infeccioso e até estar próximo de quem tem alguma das doenças transmissíveis pelo ar. O uso do álcool em gel em ambientes de grande circulação tem como objetivo evitar a contaminação e transmissão.

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