quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Brasileiros vivem a empatia dos pobres e doam dinheiro

Mesmo sob o risco de financiar o uso de drogas, muitos doam dinheiro a quem vive em situação de rua

Por Marcos Cruz

Um estudo divulgado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), em 2019, revelou que 31% dos brasileiros, independentes de estarem ligados a qualquer instituição, doam dinheiro a pedintes de rua. A pesquisa constatou que entre dez pessoas, três fazem doações nestas condições.

Em São Paulo (SP), cerca de 20 mil pessoas vivem em situação de rua. Muitos estão nestas condições por causa das decepções que passaram em algum momento da vida. A perda de um ente querido, o desemprego, desentendimento familiar, depressão e as drogas constituem-se fatores determinantes para que a pessoa passe a viver na rua.

Normalmente, essas pessoas vivem da ajuda que recebem das instituições ou de estranhos, que passam por elas e atendem a seus pedidos, ou daqueles que, voluntariamente, doam dinheiro, alimento e roupas.

Desse modo sobrevive o morador de rua, que vive na região da Praça da República há dez anos e se identifica como ‘Babaloo’ 42. “Às vezes eu peço e a pessoa não tem pra me dar. Mas, depois, ela volta e me ajuda com dinheiro ou algo pra eu comer.”, diz. E acrescenta ”quando não consigo nada dessa forma, espero as sobras que o restaurante joga fora, quando encerra o expediente, escolho e como”, afirma o morador de rua.

Os principais motivos que mobilizam os doadores voluntários são: crianças, em primeiro lugar com 33%, seguidos pelos idosos com 18%, saúde com 17% e a educação 7%. 


A costureira, Maria da Paz, 66, tem o habito de fazer doações, em dinheiro, a desconhecidos que vivem em situação de rua, na capital do estado. “Todo dia eu faço uma doação. Eu separo um ‘dinheirinho’, coloco na bolsa e saio para doar. Na rua onde eu moro, se uma pessoa estiver precisando de ajuda, tipo, aplicar um remédio, eu faço.”, conta. E acrescenta, “eu tenho uma casa para morar e o que comer, mas eles [ moradores de rua] não têm! Muitas vezes não comem nada durante o dia todo. Preciso fazer alguma coisa por alguém”, acredita. 
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