quarta-feira, 25 de maio de 2016

Debate sobre comunicação e Direitos Humanos abre IX Fórum de Comunicação da Unisa

   
                                         MARCELO SALLES, ROSENILDO FERREIRA, EXPEDITO LEANDRO, AMANDA GENEROZO,
                                         MAURICIO CAPELA E ALCIDES CRUZ (DA ESQ. PARA A DIR.)

Por Amanda Cerqueira / Joice Celestino / Marilza Santos 

Nos dias 18 e 19 maio, a Universidade de Santo Amaro (UNISA) realizou o IX Fórum de Comunicação. Com mediação do jornalista, professor e coordenador adjunto dos cursos de Comunicação Social da Unisa, Maurício Capela, o debate de abertura teve como tema “Direitos Humanos e a Comunicação”.
O primeiro palestrante, o advogado, professor e coordenador do Curso de Direito, Marcelo Salles, esclareceu a definição dos Direitos Humanos e como foram consolidados na sociedade. “Quando falamos de Direitos Humanos, temos que entendê-los no contexto histórico de movimentos sociais. Se olharmos para o período do trabalho escravo, veremos que, já naquela época, existiam pessoas preocupadas com os Direitos Humanos.”. E complementa: “Olhando para a sociedade, temos a impressão de que hoje
os Direitos Humanos estão avançados, mas isso é ilusão. Devemos refletir sempre sobre eles, para buscar crescimento”.

Em seguida, apresentou-se o mestre em comunicação, doutor em Ciências Sociais e Antropologia e professor da Unisa, Expedito Leandro, focalizando exemplos de movimentos que atuam em prol dos Direitos Humanos. Está previsto, na Constituição Federal Brasileira de 1988, o direito de todo cidadão ao acesso à comunicação. Assim, é estabelecida a relação entre os direitos humanos e a comunicação social.
Expedito citou o exemplo de Clara Nunes, baseado em um artigo escrito por ele em revista cientifica nos anos 70, para destacar o compromisso da artista na luta pela identidade negra e indígena na sociedade da época. O professor citou trechos de músicas da artista, principalmente do início da carreira, que expressam a luta pelos direitos dos negros e índios para serem reconhecidos como humanos.
A última palestra contou com a participação do colunista da revista IstoÉ Dinheiro, Rosenildo Gomes Ferreira, um dos cem jornalistas mais admirados do Brasil, que tratou dos Direitos Humanos na comunicação cotidiana. Líder do projeto ‘’1 papo reto’’, plataforma colaborativa de estímulo à sustentabilidade, Ferreira falou sobre os Direitos Humanos no jornalismo diário e a responsabilidade dos profissionais de comunicação em respeitá-los, ao não reportarem fatos não confirmados. O jornalista salientou que, para a mídia, também existem limites que, quando não respeitados, geram graves prejuízos a pessoas. Um grande exemplo é o caso da Escola Base, ocorrido na década de 90, que serve ate hoje de exemplo negativo de prática jornalística.

Para o palestrante, jornalistas devem ter cuidado com o imediatismo midiático e alerta: “Quando falamos de comunicação, temos que entender o poder que vamos ter e que é, em parte, nosso, pois as escolhas são sempre individuais. Mesmo que sejamos empregados de empresas de comunicação que possuem seus códigos de conduta, nós, que estamos na rua ou em qualquer outro lugar, escolhemos sim o que reportar”, finalizou. 

[Fotos: André Leonardo/ Lúcio Bérgamo / Thiago Altemio]

*Amanda Cerqueira, Joice Celestino, Marilza Santos são alunas do 7°semestre do curso de Jornalismo da Universidade de Santo Amaro
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