quinta-feira, 23 de junho de 2016

Boas fontes: um antídoto para o sensacionalismo

*Por: André Leonardo, Maurício Ferreira e Joice Maciel 

Um dos maiores inimigos do jornalismo podem ser as pessoas das quais se obtêm a informação. Isso faz com que a busca por fontes relevantes e confiáveis seja algo que os jornalistas tenham que enfrentar diariamente.

As fontes têm como base nos dar à certeza de que a informação transmitida está livre de suposições e “achismos”, garantindo assim uma relação de confiabilidade entre o jornalista e o leitor. O trabalho do jornalista também consiste em apurar de modo exaustivo, além de fazer um intenso trabalho de pesquisa. Portanto, quanto mais sólidas e confiáveis forem suas fontes, melhor será o resultado do seu trabalho.

Crédito: Reprodução

Entretanto, existem fontes que apenas visam ser o destaque de uma matéria e/ou reportagem, não se importando com os aspectos de veracidade e comprometimento na hora de prestar informações sobre determinado assunto. Tal atitude pode provocar danos irreversíveis. Um bom exemplo disso refere-se ao caso da escola Base, de São Paulo, ocorrido em 1994, que transformou, ou ao menos se acredita, o modo como repórteres e jornalistas passaram a se relacionar com suas fontes.
Naquela ocasião, profissionais dos mais variados veículos de comunicação, no afã de darem o furo de reportagem e conquistarem visibilidade, meteram os “pés pelas mãos”, passando a considerar fonte confiável pessoas que citassem quaisquer coisas relevantes ao ocorrido. Os resultados disso todos conhecem. Vidas foram arruinadas e inocentes acusados injustamente, sem que o inquérito policial apresentasse sequer uma única prova concludente.

A partir desse episódio, jornalistas e repórteres repensaram suas atitudes diante das fontes, conscientizando-se da necessidade de uma apuração minuciosa dos fatos, confirmação de provas e consistência dos relatos.
  
Evitar essas fontes é essencial. Pessoas que não agregam informação e comprometem o trabalho jornalístico e a credibilidade da notícia. Contudo, isso não exime a responsabilidade dos profissionais da comunicação. Compete a estes apurarem e filtrarem as informações obtidas priorizando fontes que de fato tenha comprometimento com a verdade, contribuindo efetivamente para a construção da notícia.

A falta de apuração nos relatos das fontes permitiu aos jornais criarem chamadas sensacionalistas. O trabalho do jornalista é sempre desconfiar de todos. Inclusive suas fontes confiáveis. A ratificação dos fatos se dá na medida em que o profissional elimina quaisquer tipos de dúvidas que existam no processo de apuração da notícia.

A produtividade está ligada à capacidade das fontes fornecerem material suficiente para a produção da notícia, permitindo que os jornalistas obtenham de suas fontes o maior número possível de dados e/ou elementos a serem confrontados. Tendo em vista então o episódio da Escola Base, todavia devemos nos questionar: qual o critério de um jornalista para atribuir credibilidade a uma fonte? Tal pergunta deve ressoar diariamente na mente de cada um de nós, jornalistas. 


*São alunos do 7º semestre de Jornalismo da Universidade de Santo Amaro (Unisa). 
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