segunda-feira, 20 de junho de 2016

Webjornalismo: para cobrar, é preciso ter credibilidade


É nítido o crescimento dos limites de acesso a conteúdos jornalísticos na web. Sites de jornais como a Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo entre outros de grande audiência no meio, têm caminhado nessa direção: é alternativa para lucrarem no ambiente digital.

Proibida a entrada de “não assinantes” 

Um dos modelos mais recorrentes é o chamado paywall, ou muro de pagamento poroso, que funciona da seguinte forma: disponibiliza-se apenas um pequeno acervo de conteúdo como espécie de degustação para os navegadores. A partir de um número determinado de reportagens, o acesso é bloqueado e, para continuar a navegação, é preciso ser ou se tornar assinante da marca.

Isso, ao que nos parece, distancia-se do que chamamos no jornalismo da era hipermidiática, que nada tem entre suas premissas o texto infinito hipertextual e a manutenção do leitor no site por muito tempo, levando-o de notícia a notícia. Ocorre o contrário quando o conteúdo é bloqueado: os internautas vão fazer a mesma busca em outros sites e encontrarão de forma gratuita e desbloqueada em sites alternativos, porém, sem tanta credibilidade e, às vezes, não assinado por nenhum jornalista ou fonte.

Para cobrar é preciso ter credibilidade

De todo modo, os portais que adotaram essa postura de cobrar o conteúdo online não estão se prejudicando, pelo contrário. Devido à credibilidade alcançada durante anos de apuração e informação, o público prefere pagar e ter maior confiança na notícia, do que ter fácil acesso em outros portais que não tem tanto crédito assim.

As assinaturas na web ocorrem, principalmente, porque as propagandas publicitárias no jornalismo digital não dão tanto lucro, se comparadas a outras plataformas, como o impresso. Como tudo, em todas as áreas, o capital financeiro é de extrema importância nas estruturas organizacionais. A regra é simples e direta: se não tem capital, não tem redação.

No modelo paywall da Folha, para quem não é assinante, são disponibilizadas 10 reportagens por mês, após isso, o conteúdo é bloqueado.  Para quem é cadastrado, o acesso é de 20 reportagens por mês, sendo bloqueado a partir disso. Para os assinantes existem planos mensais, semestrais e anuais.

Crédito: Reprodução

Será que essa moda pega?

O grande exemplo de que esse método pode dar certo é o “The New York Times” que, tem conteúdo pago, mas complementa e garante sua renda com as publicidades espalhadas na tela. Além disso, o jornal é o de maior credibilidade nos Estados Unidos. O modelo publicitário online ainda está se consolidando no Brasil, as publicidades na plataforma digital ainda são pouco atrativas, diferentemente da publicidade que é feita no mercado americano.


É necessário encontrar um ponto de equilíbrio. Os sites que veicularem notícias “hard news” ou cotidianas, que geralmente são dadas em vários veículos, não deveriam bloquear, e consequentemente, cobrar esse conteúdo. Em outras palavras, os portais deveriam apostar mais na cobrança de conteúdos exclusivos, matérias especiais, grandes reportagens etc. Assim, não teria a possibilidade do assinante encontrar a mesma notícia, com a mesma fonte em outros portais, sendo eles, verticais ou horizontais.


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